Andrew se movia pelas ruas de São Paulo como um fantasma, seu coração disparado, a mente focada. Ele não podia perder tempo. Paulo, Isadora e Camila estavam em perigo, e cada segundo desperdiçado poderia significar o pior.
Lembrou-se do nome que o sequestrador mencionou: Álvaro Diniz.
O homem era um empresário influente, com conexões políticas e um histórico limpo no papel. Mas Andrew sabia que ninguém com tanto poder estava livre de sujeira.
Ele precisava de ajuda. E só havia uma pessoa que poderia fornecer informações concretas rapidamente.
Roberto Carlos Farias.
Andrew pegou um táxi até a casa de Paulo. Não podia simplesmente aparecer na delegacia no meio da madrugada sem levantar suspeitas.
Quando bateu na porta, foi Gisele quem atendeu. Ela arregalou os olhos ao vê-lo ali, suado, ofegante, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa, Roberto apareceu atrás dela.
— Andrew? O que você está fazendo aqui a essa hora? Cadê o Paulo?
Andrew fechou os punhos.
— Eles levaram ele. Levaram Isadora e Camila também.
O olhar de Roberto endureceu.
— Quem?
— Homens de Álvaro Diniz. O cara tá envolvido em alguma coisa muito maior do que parece, e tentaram sequestrar a mim também. Mas eu reagi.
Roberto praguejou baixinho e correu para pegar seu celular.
— Eles ainda não pediram resgate? Nenhuma exigência?
— Nada. E isso é o que mais me preocupa. Não acho que queiram dinheiro. Acho que querem silenciar a gente.
O investigador franziu a testa.
— A Tentáculos. Isso tem a ver com aquela investigação arquivada…
— E com o Grupo Cavalieri.
Roberto olhou para Andrew por um instante, avaliando a situação.
— Seja lá o que você sabe, está mexendo com gente perigosa. Mas se o Álvaro Diniz está envolvido, então eu sei por onde começar.
Andrew respirou fundo.
— Onde?
Roberto pegou as chaves do carro e pegou sua arma do cofre.
— Na mansão dele. Se há algo que ele quer esconder, as respostas estarão lá.
Mansão Diniz – 03h27 da manhã
A propriedade de Álvaro Diniz era imponente, cercada por muros altos e um sistema de segurança avançado. Mas nada daquilo era suficiente para impedir Andrew.
— Eu posso entrar e procurar informações, mas preciso que o senhor segure as pontas aqui fora, caso algo dê errado.
Roberto hesitou.
— Como exatamente você vai entrar?
Andrew olhou nos olhos dele.
— Eu sou mais forte e rápido do que pareço.
Roberto não respondeu de imediato. Apenas assentiu.
Andrew escalou o muro em segundos e atravessou o jardim silenciosamente. Evitou as câmeras com precisão e entrou pela lateral da casa.
Dentro do escritório, começou a vasculhar os arquivos digitais. No computador de Álvaro, encontrou documentos sobre transferências bancárias para contas no exterior, contratos com empresas fantasmas e um relatório detalhado sobre experimentos ilegais financiados por ele.
E então, um nome familiar apareceu.
Paulo Farias.
Andrew clicou no arquivo e leu rapidamente. Seus olhos se arregalaram.
Paulo não foi sequestrado apenas por estar investigando a Tentáculos.
Ele foi levado porque o próprio pai sabia demais.
Antes que pudesse processar tudo, a porta se abriu com força.
Seguranças armados apontaram suas armas para ele.
Merda.
— Parado!
Andrew não tinha escolha. Atacou.
Com um movimento veloz, derrubou o primeiro segurança com um soco direto no peito. O segundo tentou atirar, mas Andrew desviou, avançando como um raio e desarmando-o com um golpe na mão. O terceiro tentou reagir, mas um chute certeiro no estômago o fez desabar no chão.
O alarme disparou.
Andrew sabia que tinha que sair dali. Pegou o pendrive onde transferiu os arquivos e pulou pela janela antes que mais guardas aparecessem.
Roberto estava no carro, já com o motor ligado.
— Achou algo?
Andrew jogou o pendrive para ele.
— Isso pode nos levar até eles.
Roberto apertou o volante.
— Então vamos buscá-los.
Os dados do pendrive levaram Roberto e Andrew a um galpão abandonado na zona industrial.
Andrew sentia o coração disparado. Ele sabia que seus amigos estavam ali, mas não sabia em que estado.
Do lado de fora, dois seguranças patrulhavam. Andrew não perdeu tempo e os nocauteou rapidamente, garantindo que Roberto pudesse entrar sem ser visto.
Dentro do galpão, Andrew avistou Paulo, Isadora e Camila amarrados a cadeiras, com hematomas pelo corpo.
E diante deles estava Álvaro Diniz.
O empresário ajeitou os punhos da camisa e sorriu ao ver Andrew.
— Eu sabia que você viria.
Andrew sentiu a raiva ferver dentro dele.
— Solte-os. Agora.
Álvaro riu.
— Você não entende, não é? Tudo isso foi para manter o controle. Para manter a ordem. Vocês são apenas peças descartáveis nesse jogo.
Roberto apareceu ao lado de Andrew, arma em punho.
— Acabou, Álvaro. Temos provas suficientes para acabar com você.
Mas o empresário apenas sorriu e deu um passo para trás.
— Vocês acham que isso vai acabar aqui? Eu sou intocável. Mesmo se eu for preso, há outros no meu lugar.
Andrew cerrou os punhos.
— Talvez. Mas hoje… você vai pagar pelo que fez.
Antes que Álvaro pudesse reagir, Andrew avançou. Em um piscar de olhos, atravessou o galpão e acertou um soco devastador no peito dele, jogando-o contra a parede. O empresário caiu desacordado.
Roberto correu para libertar os jovens.
Paulo, ainda tonto, olhou para Andrew.
— Cara… o que diabos foi isso?
Andrew respirou fundo.
— Depois a gente conversa.
Sirenes soaram do lado de fora. Roberto havia chamado reforços antes de entrar. Em minutos, a polícia invadiu o galpão e prendeu os capangas de Álvaro.
Estava acabado.
Paulo, Isadora e Camila estavam seguros. Álvaro Diniz finalmente seria exposto.
Mas Andrew sabia que aquela era apenas a ponta do iceberg.
Ele olhou para o céu noturno, sentindo o peso do que havia descoberto e falou: "Se o mal opera nas sombras… então chegou a hora de ser a luz que o expulsa de lá."
E ele estava pronto para enfrentar o que viesse a seguir.
FIM DA 1ª TEMPORADA
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