O dia da formatura chegou com um céu impecavelmente azul e uma brisa agradável que soprava pelo campus da PUC-Rio. O pátio era feito por estudantes, famílias animadas e amigos prontos para comemorar. Wagner Cavalieri sentiu o coração acelerado, não só pela conquista, mas porque compartilhou aquele momento com a mulher que amava.
Vivian Andreoti, ao seu lado, também como Wagner, vestia a beca preta com a faixa vermelha do curso de Jornalismo, os olhos brilhando de emoção.
— É isso, senhor Cavalieri. Agora somos oficialmente jornalistas. — Ela apertou a mão dele, um sorriso travesso nos lábios.
Wagner riu, puxando-a pela cintura.
— E prontos para mudar o mundo. Ou, pelo menos, bagunçá-lo um pouco.
A cerimônia foi uma montanha-russa de emoções. Os discursos, os aplausos, o momento em que eles jogaram os capelos para o alto... Tudo parecia mágico. Mas a melhor parte veio depois, quando estavam cercados pelos amigos e pelas pessoas que realmente importavam.
Leon Cavalieri, como esperado, não estava ali. Mas a ausência do pai não pesava tanto quanto Wagner imaginava. O calor humano ao redor preenchia qualquer vazio. A família de Vivian compensava a ausência do seu pai com sobra. Os pais dela, Sérgio e Julia, sempre o trataram como um filho.
— Wagner, Vivian, parabéns! Vocês merecem cada momento disso! — disse Júlia, abraçando os dois.
— Agora quero ver os melhores jornalistas investigativos desse país em ação! — Sérgio brincou, piscando para a filha.
— Acredite, senhor Andreoti, nós vamos! — Wagner respondeu com um sorriso confiante.
A comemoração começou ali mesmo no campus, mas a noite estava longe de acabar. Eles seguiram para um bar na Lapa, onde a turma se reuniu para celebrar do jeito certo. Entre brindes, danças improvisadas e histórias de faculdade relembradas entre gargalhadas, Wagner sentia um tipo de felicidade pura que raramente experimentava.
Em meio à festa, ele e Vivian se afastaram um pouco, subindo para a sacada do bar, onde podiam ver as luzes da cidade brilhando ao longe.
— Então... O que vem agora? — Vivian perguntou, encostando a cabeça no ombro dele.
— Agora? Agora nós seguimos nosso caminho, juntos. — Ele virou o rosto para ela, seus olhos carregando promessas silenciosas.
Vivian sorriu antes de beijá-lo, um beijo que tinha o gosto do futuro. Um futuro que parecia brilhante, cheio de desafios, aventuras e, acima de tudo, amor.
A festa estava animada, cheia de risadas e brindes, e Wagner se sentia genuinamente feliz. No meio da comemoração, Vivian o puxou pelo braço com um sorriso malicioso.
— Vem cá, amor. Tem alguém que você precisa conhecer! — chamou ela, conduzindo-o até uma mesa onde uma jovem ruiva de cabelos vibrantes e olhos expressivos gesticulava animadamente com um grupo de amigos. Essa era Helena Grande, ou melhor, Lena, como Vivian carinhosamente a chamava desde a infância.
— Lena! — exclamou Vivian, fazendo a ruiva se virar imediatamente.
— Vivi! Finalmente lembrei que tenho uma prima maravilhosa! — Lena respondeu, abrindo os braços e abraçando a prima com exagero teatral.
—Drama como sempre! — riu Vivian, puxando Wagner para frente. — Esse aqui é o Wagner, meu namorado e o dono do diploma mais quente da noite.
Lena estreitou os olhos, avaliando-o com a perspicácia que a fazia tão especial.
— Então esse é o famoso Wagner? O herdeiro rebelde? O jornalista destemido?
— O próprio. — Wagner respondeu, jogando charme.
— Certo, bonitão, tenho uma regra: qualquer um que se envolva com a minha prima precisa passar pelo meu crivo. Então, diga-me, você já fez essa mulher chorar?
Wagner olhou para Vivian, fingindo pesar.
— Bom... Teve aquele dia que assistimos a um filme triste e ela soluçou por meia hora.
Lena fingiu bater palmas.
—Bom começo! Mas ainda estou de olho em você, Cavalieri.
Eles riram, e Wagner percebeu que gostava da energia caótica e divertida de Helena. Ela era diferente, tinha uma mente rápida e uma presença cativante.
A noite seguia animada quando, de repente, Wagner notou um burburinho na entrada do bar. Um homem alto, vestido impecavelmente em um terno azul escuro, chamava a atenção enquanto se dirigia até ele. Vivian franziu a testa.
— Você conhece aquele cara?
Wagner reconheceu na hora.
— Paulo Roberto Guedes...
O nome trouxe memórias da infância. Paulo, CEO da CIETEC, não era apenas um executivo; ele também era um genial cientista tecnológico, cuja mente brilhante e inusitada já havia criado inovações que desafiavam os limites do possível. Paulo conhecia Wagner desde pequeno e, além disso, tinha um carinho especial por sua mãe.
Paulo se aproximou com um sorriso sincero.
— Wagner! Há quanto tempo. Parabéns pela formatura.
Eles apertaram as mãos, e Wagner percebeu que o cumprimento carregava mais do que formalidade.
— Obrigado, Paulo. Não esperava te ver por aqui.
— Imagino que não. Mas não poderia deixar de parabenizá-lo. Sua mãe ficaria orgulhosa de você.
Wagner sentiu um aperto no peito.
— Você conhecia bem a minha mãe?
Paulo assentiu, sua expressão suavemente melancólica.
— Sim. E espero que possamos conversar mais sobre isso um dia.
Aquilo acendeu uma faísca na mente de Wagner. Seu pai evitava qualquer conversa sobre sua mãe, mas Paulo parecia disposto a falar.
— Eu adoraria. — respondeu Wagner.
Após um último aperto de mão, Paulo despediu-se, deixando Wagner pensativo. Mas antes que seus pensamentos se aprofundassem demais, Vivian puxou sua mão.
— Ei, esse é um dia de festa! Você pode cavar mistérios depois. Agora, vem dançar comigo.
Wagner sorriu, esquecendo as dúvidas por um instante. Ele a girou para a pista de dança, onde riram e se perderam na música, celebrando o que realmente importava naquela noite: a felicidade, a amizade e o futuro brilhante que os aguardava.

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