Andrew e Paulo correram para fora do galpão, desaparecendo nas sombras antes que qualquer reforço chegasse. O coração de Andrew ainda martelava contra o peito. Ele olhou para as mãos, sentindo a adrenalina pulsar. Pela primeira vez, usara seus poderes contra pessoas de verdade. E, pela primeira vez, percebeu o peso de ser diferente.
Eles seguiram por becos e vielas até alcançarem o carro de Paulo, estacionado a algumas quadras dali. Paulo estava ofegante, os olhos arregalados de pura incredulidade.
— Você… — Ele massageou os pulsos, ainda sentindo a pressão das cordas que o prendiam. — Você destruiu aqueles caras. O que foi aquilo?
Andrew desviou o olhar, tentando ignorar o tremor que sentia por dentro.
— Não foi nada.
Paulo riu, ainda chocado.
— Nada? Cara, você amassou um portão de ferro com a mão! Derrubou cinco caras como se fossem de papel! E aquela chave de fenda? Você jogou como se fosse um maldito super-herói!
Andrew se encostou no carro, esfregando o rosto com as mãos. Ele não queria essa conversa. Não agora.
— Paulo, eu só queria te salvar. Não vamos transformar isso num grande evento, tá?
Paulo cruzou os braços, analisando o amigo em silêncio por alguns segundos.
— Tá bom. Mas você me deve uma explicação.
Andrew soltou um suspiro pesado.
— Eu sei.
Eles entraram no carro e partiram. Mas Andrew sabia que aquela noite mudara tudo. Ele já não podia mais fingir que era apenas um jovem normal.
A Investigação
Na manhã seguinte, Paulo apareceu na casa de Andrew com um laptop debaixo do braço e um curativo na sobrancelha.
— Beleza. — Ele entrou sem ser convidado, jogando o laptop na mesa. — Precisamos descobrir quem eram aqueles caras.
Andrew, que ainda estava acordando, franziu a testa.
— Você quase morreu ontem e quer continuar com isso?
— Exatamente por isso. — Paulo ligou o laptop e abriu alguns arquivos. — Eu estava investigando um esquema de corrupção envolvendo empresários e políticos. Pelo visto, pisei no calo de alguém grande demais.
Andrew se aproximou, lendo as informações na tela.
— Você acha que aqueles caras estavam te ameaçando por causa disso?
— Tenho certeza. — Paulo clicou em uma das imagens. Uma foto surgiu na tela: um homem de terno escuro, cicatriz no queixo e um olhar frio. — Esse é Álvaro Diniz. Empresário, dono de várias empresas de fachada. Suspeito de envolvimento com tráfico de influência, lavagem de dinheiro e… — Ele clicou em outro arquivo. — Possível ligação com facções criminosas.
Andrew sentiu um aperto no peito. O nome fazia sentido. Ele já ouvira falar de Diniz em noticiários e investigações passadas, mas nunca o considerara uma ameaça tão próxima.
— Esse cara não vai deixar barato.
Paulo deu de ombros.
— Eu também não.
Andrew olhou para o amigo e respirou fundo. Ele ainda não sabia exatamente o que faria com seus poderes, mas sabia que não podia ignorar o que estava acontecendo.
E Álvaro Diniz acabava de se tornar um problema grande demais para ser ignorado.
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