O sábado tinha tudo para ser um dia normal. Depois da tensão da noite anterior, Andrew e Paulo decidiram que precisavam de um tempo para relaxar e fingir, pelo menos por algumas horas, que não estavam sendo caçados por criminosos.
— O que a gente faz hoje? — perguntou Isadora, animada ao telefone.
— Shopping? — Andrew sugeriu, tentando soar despreocupado.
— Isso parece um plano! — Camila concordou do outro lado, ao lado de Isadora.
Paulo ergueu uma sobrancelha. — Cara, você sugeriu o shopping? Nunca pensei que viveria pra ver isso.
Andrew riu, balançando a cabeça. — Todo mundo precisa de um dia de folga.
O Passeio
O shopping estava cheio, mas isso não incomodou o grupo. Começaram o passeio pelas lojas de roupas, onde Camila e Isadora arrastaram os namorados para uma sessão inesperada de "juízes de moda".
— Esse vestido me deixa parecendo muito séria? — Isadora perguntou, girando na frente de Andrew.
Ele sorriu, observando-a de cima a baixo. — Séria? Não. Você parece uma deusa.
Ela revirou os olhos, mas sorriu corada.
— E essa camisa, amor? — Camila perguntou, mostrando uma peça florida para Paulo.
Ele franziu o cenho. — Amor, eu não sou cantor de pagode dos anos 90.
Camila caiu na risada, e Isadora precisou se segurar na arara de roupas de tanto rir.
Depois de escapar da maratona de lojas, seguiram para a praça de alimentação. Comeram hambúrgueres gigantes, batatas fritas cobertas de queijo e beberam milkshakes. Andrew e Isadora dividiram um, cada um bebendo de um canudo, enquanto Paulo fazia piada.
— Vocês dois são fofos demais. Dá até vontade de vomitar.
— Tá com ciúmes? — Isadora provocou.
— De vocês? Nunca. Mas se o Andrew não parar de fazer essa cara de apaixonado, eu vou precisar de uma balde.
— E você, Paulo? — Andrew rebateu. — Tá falando muito, mas e você e a Camila?
Paulo olhou para a namorada, que sorriu de canto e passou o braço pelo dele.
— O que tem a gente? Somos perfeitos.
— Modesto — Camila brincou, cutucando ele de leve.
A tarde seguiu tranquila. Foram até o fliperama, onde Andrew mostrou habilidades surpreendentes no jogo de luta, vencendo todo mundo.
— Isso não é justo — Paulo resmungou após perder mais uma vez. — Você tem reflexos sobre-humanos.
Andrew riu. — Eu só jogava muito isso quando era criança.
— Sei.
Depois de se cansarem dos jogos, decidiram caminhar mais pelo shopping, entrando em algumas livrarias e lojas de tecnologia. Tudo parecia perfeito.
Até que Andrew notou algo estranho.
O Pressentimento
Enquanto caminhavam de volta para o estacionamento, algo no fundo da mente de Andrew o incomodou. No reflexo da vitrine de uma joalheria, ele viu um carro preto parado na entrada do shopping. Vidros escuros, motor ligado.
Ele não teria dado importância se não fosse pelo fato de já ter visto aquele mesmo veículo no estacionamento quando chegaram.
Por precaução, observou melhor enquanto seguiam para o carro de Paulo. Quando eles saíram do shopping, o carro preto ligou os faróis e começou a segui-los lentamente.
Andrew trocou um olhar rápido com Paulo, que percebeu na mesma hora.
— Vamos pro carro — disse Paulo, tentando soar casual.
— O que foi? — perguntou Camila, franzindo a testa.
— Nada. Só acho melhor irmos logo — respondeu Paulo, forçando um sorriso.
Isadora e Camila perceberam que algo estava errado, mas não insistiram.
O grupo apertou o passo. O carro preto continuava seguindo-os.
Andrew sentiu a adrenalina subir. Seu corpo inteiro estava em alerta.
— O que a gente faz? — murmurou Paulo, enquanto destravava o carro.
Andrew olhou para o veículo que os seguia e então para as namoradas. Ele não queria assustá-las.
— Entramos no carro e saímos como se nada estivesse acontecendo. Se eles continuarem atrás da gente, então a gente descobre se é coincidência… ou não.
Paulo assentiu e abriu a porta do motorista.
Mas Andrew já tinha um mau pressentimento.
E, no fundo, ele sabia.
Isso não era coincidência.
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