O carro de Paulo saiu do estacionamento de maneira discreta, como se nada estivesse errado. As meninas ainda estavam confusas, mas não questionaram.
Camila olhou pelo retrovisor e franziu a testa. — Aquele carro atrás da gente…
— Continua nos seguindo — completou Isadora, desconfiada.
Andrew já tinha percebido isso. O veículo preto mantinha uma distância segura, mas não disfarçava o suficiente.
— Amor, o que tá acontecendo? — Isadora perguntou, olhando para Andrew.
Ele hesitou. Não queria assustá-las, mas também não podia mentir.
— Esse carro já estava parado no shopping quando chegamos. E agora está nos seguindo.
— Como você tem certeza? — Camila perguntou, virando-se para trás.
— Confia em mim — Andrew respondeu.
Paulo estava tenso. — Eu posso despistar eles.
— Espera — Andrew disse, mantendo a calma. — Vamos ter certeza antes de fazer qualquer coisa drástica.
Paulo assentiu e seguiu dirigindo normalmente pelas ruas do centro da cidade. Virou à direita, depois à esquerda, entrou em uma rua paralela. O carro preto repetia todos os movimentos.
— Tá na cara que tão atrás da gente — Camila disse, o tom preocupado.
— Ok — Andrew murmurou. — Então a gente faz o seguinte: Paulo, vira naquela rua sem saída.
— O quê?! — Paulo olhou para ele como se fosse louco.
— Confia em mim.
Mesmo desconfiado, Paulo seguiu as instruções e entrou na rua estreita. O carro preto hesitou um instante e, então, virou logo atrás deles.
— Agora! — Andrew disse.
Paulo pisou no freio bruscamente. O carro deles parou no meio da rua, enquanto o veículo preto foi forçado a parar atrás deles.
O silêncio dentro do carro foi tenso.
— O que fazemos agora? — Isadora sussurrou.
Andrew olhou pelo retrovisor. A porta do carro preto se abriu lentamente.
Dois homens saíram.
Eles não pareciam nada amigáveis.
Confronto na Rua Sem Saída
O clima dentro do carro ficou carregado. Camila apertou o braço de Paulo, enquanto Isadora olhava para Andrew, esperando alguma resposta.
Os dois homens que saíram do carro preto eram grandes, com roupas escuras e olhares frios. Um deles usava um boné baixo, escondendo parte do rosto, enquanto o outro tinha uma cicatriz que cortava sua sobrancelha esquerda.
Andrew respirou fundo. Ele precisava manter todos seguros.
— Fiquem no carro — disse ele, abrindo a porta lentamente.
— Andrew! — Isadora segurou seu braço. — O que você vai fazer?
Ele forçou um sorriso para acalmá-la.
— Só vou conversar.
Paulo bufou. — Tá, e se eles não quiserem papo?
— Aí… eu dou um jeito.
Paulo e as meninas assistiram apreensivos enquanto Andrew caminhava na direção dos homens.
— Boa noite, senhores — ele disse, cruzando os braços. — Algum problema?
O homem do boné parou a alguns metros de distância e olhou para ele de cima a baixo.
— Não queremos problemas. Só queremos falar.
— Engraçado… seguir a gente pelas ruas não parece só uma "conversa".
O homem da cicatriz sorriu de canto.
— Você é um cara esperto. Isso vai facilitar as coisas.
Andrew manteve a expressão neutra, mas seu corpo já estava preparado para qualquer ataque.
— Quem mandou vocês?
O homem do boné estreitou os olhos. — Você e seu amigo se meteram onde não deviam.
Paulo prendeu a respiração dentro do carro. Eles sabiam.
Andrew permaneceu firme.
— Não faço ideia do que você tá falando.
O homem da cicatriz riu.
— Tá bom. Vamos fazer assim: você e seu amigo vêm com a gente, sem confusão. As garotas podem ir embora.
Andrew sentiu a raiva subir. Eles queriam levar Paulo.
— E se eu disser não?
O homem do boné suspirou.
— Então as coisas vão ficar feias.
Andrew olhou rapidamente para o carro, vendo o olhar preocupado de Isadora e a tensão no rosto de Paulo. Ele precisava acabar com isso rápido.
Ele fechou as mãos em punho.
— Vocês não vão levar ninguém.
Os dois homens se entreolharam. O da cicatriz sorriu e puxou algo do bolso do casaco.
Andrew já sabia o que ia acontecer.
Ele agiu antes que eles pudessem reagir.
Com um movimento veloz, avançou sobre o homem do boné e segurou seu braço antes que ele pudesse sacar uma arma. Com um único golpe, derrubou-o no chão.
O homem da cicatriz tentou recuar, puxando a própria arma, mas Andrew foi mais rápido. Ele agarrou o cano da pistola e apertou com força. O metal rangeu e amassou como papel.
Os olhos do homem se arregalaram em choque.
— O… o quê?!
Andrew lançou um olhar frio.
— Vai embora. Agora.
O homem hesitou por um segundo, depois pegou o parceiro caído e voltou apressado para o carro preto. Sem pensar duas vezes, deram ré e sumiram na rua.
Andrew respirou fundo e voltou para o carro.
Quando entrou, encontrou Paulo, Isadora e Camila olhando para ele, completamente sem palavras.
— O que… foi aquilo? — Camila perguntou, assustada.
Andrew passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro.
— Depois explico. Agora, precisamos sair daqui.
Paulo ligou o carro e acelerou.
Mas uma coisa era certa: essa história estava longe de acabar.
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