Supremum - A Perseguição -T1/E11

 


O carro de Paulo saiu do estacionamento de maneira discreta, como se nada estivesse errado. As meninas ainda estavam confusas, mas não questionaram.

Camila olhou pelo retrovisor e franziu a testa. — Aquele carro atrás da gente…

— Continua nos seguindo — completou Isadora, desconfiada.

Andrew já tinha percebido isso. O veículo preto mantinha uma distância segura, mas não disfarçava o suficiente.

— Amor, o que tá acontecendo? — Isadora perguntou, olhando para Andrew.

Ele hesitou. Não queria assustá-las, mas também não podia mentir.

— Esse carro já estava parado no shopping quando chegamos. E agora está nos seguindo.

— Como você tem certeza? — Camila perguntou, virando-se para trás.

— Confia em mim — Andrew respondeu.

Paulo estava tenso. — Eu posso despistar eles.

— Espera — Andrew disse, mantendo a calma. — Vamos ter certeza antes de fazer qualquer coisa drástica.

Paulo assentiu e seguiu dirigindo normalmente pelas ruas do centro da cidade. Virou à direita, depois à esquerda, entrou em uma rua paralela. O carro preto repetia todos os movimentos.

— Tá na cara que tão atrás da gente — Camila disse, o tom preocupado.

— Ok — Andrew murmurou. — Então a gente faz o seguinte: Paulo, vira naquela rua sem saída.

— O quê?! — Paulo olhou para ele como se fosse louco.

— Confia em mim.

Mesmo desconfiado, Paulo seguiu as instruções e entrou na rua estreita. O carro preto hesitou um instante e, então, virou logo atrás deles.

— Agora! — Andrew disse.

Paulo pisou no freio bruscamente. O carro deles parou no meio da rua, enquanto o veículo preto foi forçado a parar atrás deles.

O silêncio dentro do carro foi tenso.

— O que fazemos agora? — Isadora sussurrou.

Andrew olhou pelo retrovisor. A porta do carro preto se abriu lentamente.

Dois homens saíram.

Eles não pareciam nada amigáveis.

Confronto na Rua Sem Saída

O clima dentro do carro ficou carregado. Camila apertou o braço de Paulo, enquanto Isadora olhava para Andrew, esperando alguma resposta.

Os dois homens que saíram do carro preto eram grandes, com roupas escuras e olhares frios. Um deles usava um boné baixo, escondendo parte do rosto, enquanto o outro tinha uma cicatriz que cortava sua sobrancelha esquerda.

Andrew respirou fundo. Ele precisava manter todos seguros.

— Fiquem no carro — disse ele, abrindo a porta lentamente.

— Andrew! — Isadora segurou seu braço. — O que você vai fazer?

Ele forçou um sorriso para acalmá-la.

— Só vou conversar.

Paulo bufou. — Tá, e se eles não quiserem papo?

— Aí… eu dou um jeito.

Paulo e as meninas assistiram apreensivos enquanto Andrew caminhava na direção dos homens.

— Boa noite, senhores — ele disse, cruzando os braços. — Algum problema?

O homem do boné parou a alguns metros de distância e olhou para ele de cima a baixo.

— Não queremos problemas. Só queremos falar.

— Engraçado… seguir a gente pelas ruas não parece só uma "conversa".

O homem da cicatriz sorriu de canto.

— Você é um cara esperto. Isso vai facilitar as coisas.

Andrew manteve a expressão neutra, mas seu corpo já estava preparado para qualquer ataque.

— Quem mandou vocês?

O homem do boné estreitou os olhos. — Você e seu amigo se meteram onde não deviam.

Paulo prendeu a respiração dentro do carro. Eles sabiam.

Andrew permaneceu firme.

— Não faço ideia do que você tá falando.

O homem da cicatriz riu.

— Tá bom. Vamos fazer assim: você e seu amigo vêm com a gente, sem confusão. As garotas podem ir embora.

Andrew sentiu a raiva subir. Eles queriam levar Paulo.

— E se eu disser não?

O homem do boné suspirou.

— Então as coisas vão ficar feias.

Andrew olhou rapidamente para o carro, vendo o olhar preocupado de Isadora e a tensão no rosto de Paulo. Ele precisava acabar com isso rápido.

Ele fechou as mãos em punho.

— Vocês não vão levar ninguém.

Os dois homens se entreolharam. O da cicatriz sorriu e puxou algo do bolso do casaco.

Andrew já sabia o que ia acontecer.

Ele agiu antes que eles pudessem reagir.

Com um movimento veloz, avançou sobre o homem do boné e segurou seu braço antes que ele pudesse sacar uma arma. Com um único golpe, derrubou-o no chão.

O homem da cicatriz tentou recuar, puxando a própria arma, mas Andrew foi mais rápido. Ele agarrou o cano da pistola e apertou com força. O metal rangeu e amassou como papel.

Os olhos do homem se arregalaram em choque.

— O… o quê?!

Andrew lançou um olhar frio.

— Vai embora. Agora.

O homem hesitou por um segundo, depois pegou o parceiro caído e voltou apressado para o carro preto. Sem pensar duas vezes, deram ré e sumiram na rua.

Andrew respirou fundo e voltou para o carro.

Quando entrou, encontrou Paulo, Isadora e Camila olhando para ele, completamente sem palavras.

— O que… foi aquilo? — Camila perguntou, assustada.

Andrew passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro.

— Depois explico. Agora, precisamos sair daqui.

Paulo ligou o carro e acelerou.

Mas uma coisa era certa: essa história estava longe de acabar.

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