Supremum - Segredos e Revelações -T1/E12


O carro avançava pela cidade em silêncio. O clima entre eles estava tenso.

Paulo segurava firme o volante, olhando pelos retrovisores a cada instante, ainda temendo que estivessem sendo seguidos. Isadora e Camila estavam inquietas no banco de trás, trocando olhares preocupados.

Por fim, Isadora quebrou o silêncio:

— Andrew… o que foi aquilo?

Ele respirou fundo. Precisava escolher bem suas palavras.

— Eu só me defendi.

Camila cruzou os braços. — "Só se defendeu"? Andrew, você esmagou uma arma com a mão!

Paulo apertou o volante. — Eu sabia que isso ia acontecer…

Andrew olhou para o amigo, franzindo o cenho. — Do que você tá falando?

Paulo suspirou. — Você sempre tenta esconder quem realmente é. Mas cedo ou tarde isso ia acontecer na frente delas.

Isadora tocou o ombro de Andrew, a voz preocupada:

— Andrew… o que você tá escondendo da gente?

Ele sentiu o peso daquelas palavras. Isadora merecia saber a verdade. Mas como contar algo assim?

— Eu… — Ele olhou pela janela, tentando organizar os pensamentos. — Eu não sou como as outras pessoas.

As meninas esperaram, ansiosas.

— Desde que eu era criança… eu percebi que tinha certas habilidades. Força, velocidade, resistência… coisas que ninguém mais conseguia fazer.

Camila piscou, confusa. — Você tá dizendo que… é um super-herói ou algo assim?

Andrew riu sem humor. — Não exatamente. Eu sempre tentei levar uma vida normal. Mas às vezes… é difícil esconder.

Isadora parecia processar tudo aquilo.

— Então… naquela vez, quando você me protegeu de um assalto… — Ela lembrou do episódio em que Andrew desarmou um ladrão com uma rapidez impossível.

Ele assentiu. — Eu usei meus poderes.

Ela passou a mão pelos cabelos, absorvendo a revelação.

— Meu Deus…

Camila, por outro lado, parecia fascinada.

— Isso é incrível! Quer dizer, você poderia ser tipo… um Superman da vida real!

Paulo pigarreou. — Ele prefere manter isso em segredo. Por motivos óbvios.

Isadora olhou nos olhos de Andrew. — E aqueles homens? Eles sabiam sobre você?

— Não. Eles estavam atrás do Paulo.

Todos olharam para Paulo, que desviou o olhar, inquieto.

— Vocês estavam investigando alguma coisa, não estavam? — Isadora concluiu.

Andrew e Paulo trocaram olhares. Não adiantava mais esconder.

— Sim — Andrew respondeu. — Nós descobrimos algo sério sobre gente perigosa. E acho que agora eles querem nos silenciar.

Camila arregalou os olhos. — Então vocês estão em perigo?!

— Não vamos deixar que nada aconteça com vocês — Andrew garantiu.

Isadora pegou na mão dele. — Eu confio em você. Mas não me deixe de fora, por favor.

Andrew sorriu para ela. — Eu prometo.

Paulo suspirou, ainda olhando pelo retrovisor.

— Só espero que a gente não tenha que lidar com mais problemas essa noite.

Mas algo no fundo de Andrew dizia que essa história ainda estava longe de acabar…

Um Jogo de Sombras

O silêncio no carro era pesado. Todos estavam tentando processar os acontecimentos daquele dia.

Paulo dirigia com cautela, atento a qualquer movimentação estranha. Andrew, sentado ao seu lado, mantinha os olhos na estrada, sentindo o peso da revelação que acabara de fazer. No banco de trás, Isadora e Camila ainda pareciam atordoadas.

Camila foi a primeira a falar:

— Então… o que vocês descobriram que fez esses caras irem atrás de vocês?

Paulo trocou um olhar com Andrew. Agora que suas namoradas estavam envolvidas, não dava mais para esconder.

— Nós estávamos investigando uns negócios estranhos ligados ao Grupo Cavalieri — Paulo disse. — Transferências suspeitas, movimentação de cargas sem registro…

Isadora arqueou as sobrancelhas. — O Grupo Cavalieri? Mas eles não são uma das maiores empresas do país?

— São — Andrew respondeu. — E é exatamente por isso que é estranho. Empresas desse porte não fazem negócios no escuro… a menos que tenham algo a esconder.

Camila cruzou os braços. — E como vocês descobriram isso?

— Um contato meu me passou algumas informações — Paulo disse. — Mas parece que alguém ficou sabendo que a gente andou fuçando…

— E enviaram aqueles caras pra te calar — Isadora completou.

Andrew assentiu. — É o que parece.

O clima no carro ficou ainda mais pesado. Camila abraçou os próprios braços.

— Isso é muito perigoso, Paulo. E se eles tentarem de novo?

Paulo suspirou. — Agora que eles sabem que não somos alvos fáceis, podem pensar duas vezes antes de agir.

Isadora olhou para Andrew. — E você? Como vai lidar com isso?

Ele apertou os punhos. — Eu não vou deixar que eles machuquem ninguém.

Paulo olhou pelo retrovisor. — Isso significa que vamos continuar investigando?

Andrew pensou por um momento. Aquilo já tinha passado dos limites. Mas agora, sabendo que o Grupo Cavalieri estava envolvido, ele precisava descobrir a verdade.

— Sim — ele disse, decidido. — Vamos até o fim.

Paulo sorriu de canto. — Achei que fosse dizer isso.

Mas Isadora não parecia tão convencida.

— Andrew, você precisa tomar cuidado…

Ele pegou na mão dela, tentando transmitir segurança.

— Eu prometo que vou.

Mas, no fundo, ele sabia que essa investigação podia levá-los a algo muito maior… e muito mais perigoso.

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